sábado, abril 25, 2009

III Divisão e Distrital Lisboa - Desculpe, como disse?

Caros leitores,

Eis que está prestes a terminar mais uma época de futebol.
E o que é o futebol?
É um belo desporto que alguns praticam, e outros não deixam praticar.
É um belo desporto em que reinam os bairrismos e os clubismos.
É um belo desporto onde reina tudo ... reina tudo o que é nome. Tudo o que é nome está no futebol.
Immmmpressionante a recolha de nomes que a nossa equipa no terreno foi fazendo nos últimos meses.
E assim, reparem só no plantel que conseguimos fazer de equipas da III Divisão e distrital Lisboa.
Ah, alguns terão direito a post individual !!

GR
Xixa (Pêro Pinheiro)
Panaca (Reguengos)
Seburida (Futebol Benfica)
Tecelão (Cacém)

DEFESAS
Veludo (Cacém)
Forner (Futebol Benfica).. eu disse Forner, ó pessoal!! nada dessas caras..
Kay Nó (Juv. Évora)
Tarzan (Tondela)
Paulo Pina (Caparica) .. ele lá sabe o que faz
Mosca (Tojal)
Tralhão (Cova da Piedade) ... que grande nome para um defesa.. aposto que é Central





















MÉDIOS

Bem (Reguengos)
Balão (Cacém)
Passarão (Bucelas)
Luís Carrega (Castrense)... só se for com a equipa .. ou com a baliza às costas
Salhetas (Castrense) ... desculpe, como disse?!
Paulo Surf (Musgueira) ... deve ser loiro, alto, e leva a prancha para o balneário
Tiririca

AVANÇADOS
Capitão Mor (Fabril)
Sopas (Tocha)
Estanqueiro (Tocha)
Pipi (Silves)... um bom Pipi tem sempre lugar
Cá Sá (Povoense)... e lá o que será?
Pólvora (Linda-a-Velha)
Fixe (Benfica de Castelo Branco)... eu penso, será que algum dia alguém chega longe com este nome? nnnnnnnnnnahhhhhhhh..
Mix (Bucelas)

Esta equipa seria treinada por Nuno Presume (Fabril), coadjuvado por António Remelgado (Coimbrões) e Carlos Rilhas (Pêro Pinheiro).

Em breve , notícias de alguns destes jogadores e dos mijters..
E já sabe, se encontrar por aí algum deles, seja ao vivo, no supermercado, nas obras, ou mesmo num jardim cheio de pombas.. ria-se

Informações Úteis

Não se esqueça:

Um bom café é aquele café deliciosamente temperado com um generoso Torrão de açúcar. Sem um Torrão de açúcar o café não é simplesmente a mesma coisa. E se o Torrão em causa for patrocinado pelos Cafés Delta, sabemos que estamos perante um Torrão de elevada qualidade, capaz de emprestar ao seu café o travo que o fará sentir como um George Clooney dentro de uma loja Nespresso cheia de mulheres.
Siga este nosso conselho todas as manhãs e verá como o seu rendimento diário incrementará a olhos vistos.
E por falar em vistas, o Boavista sabe o que nós queremos dizer com isto do “rendimento incrementado”. Ou melhor, sabia. Agora é mais Mokambo em copo de plástico e sem açúcar, que o orçamento não dá para mais.

A Árvore das Patacas é uma frondosa árvore apetecível pela qualidade dos seus frutos, mas cautela: saiba distinguir as Patacas boas daquelas que são indigestas.
As Patacas podres adquirem um tom acastanhado e enrugado, acumulando-se no chão, junto à base do tronco. Se ingeridas, provocam diarreias, enxaquecas, cruzamentos desmedidos ao segundo poste e lapsos de memória que amiúde previnem de marcar os extremos-esquerdos como deve ser.
Evite estas maleitas e recolha as Patacas boas e sorridentes directamente da árvore.

Se sair à noite, lembre-se das consequências da ingestão de álcool em excesso. As costumeiras figuras tristes que lhe são inerentes são sobejamente conhecidas, mas é possível que um indivíduo perca completamente a sua face e, pior que isso, transfigure-a completamente. Ou seja, o álcool é capaz de transformar um defesa-esquerdo que vai jogando no Sporting num semi-anónimo defesa-central camaronês que um dia hat-trickou contra o Sporting.
Muita moderação, portanto, se quiser evitar surpresas.

Portugal é um país inusitado no qual localidades inteiras podem migrar durante temporadas. Verifique se o seu mapa se encontra devidamente actualizado antes de se fazer à estrada.
Por exemplo, é possível que um Mangualde, que todos pensávamos estar ali perto de Viseu, se tenha mudado de armas e bagagens para Paços de Ferreira, enquanto que o Alhandra, que todos julgávamos emparedado entre a Cimpor e o rio Tejo, poderá ser visto um pouco mais a norte, em Leiria.
Quer dizer, se é que os dezasseis ou dezassete indivíduos que vêem os jogos em Leiria alguma vez notaram pela presença dele. O mais provável é que tivessem aproveitado toda aquela tranquilidade para curar insónias.

quarta-feira, abril 22, 2009

Kill Kill Kill - Doppelgänger MCXVIII

















um bem haja ao leitor castor pela sagaz e astuta observação.
(para ele, um caramelizado fertout)

domingo, abril 19, 2009

Bafode Watch Março


Março, o mês Bafodiano por excelência.
Devido a compromissos da A Team (com Queiroz ao leme de seus muchachos vencedores!! ou talvez não..) e da brilhante Taça da Liga (onde Lucílio Bappppptista mostrou uma vez mais que não há mão nos árbitros portugueses.. e estes fazem o que querem), Março apenas teve 3 jogos para o campeonato.


Bafode exulta , porque quanto menos jogos, menos hipóteses há de dizer, "ei pá, tanto jogo e o Bafode não joga !!"...assim dir-se-à, "o Bafode até é do Carvalho pá. Até joga uns minutos nos poucos minutos que se jogam na II Liga".
E assim foi.

1º jogo - Estoril contra Freamunde, no campo da Amoreira. Que eficácia. Bafode entra em campo aos 72 minutos. Aos 79 scora, marca, finaliza!! É ele! GOOOOOOOOOOOOLO! Bafodeu o Tó Miranda, eterno redes do Freamundas. Aos 79 também, vê amarelo.. quiçá por festejar de uma maneira ... pá, como dizer... do carvalho!!

2º jogo - U. Leiria recebe o Estoril. João Carlos Pereira , eterno miscchter do Nacional 4- FCP 0, deixa a sua pérola no banco. Bafode entra pouco depois do intervalo, aos 58 minutos. Joga por isso 32min! Que recorde do Carvalho! O Estoril ganhava em Leiria 2-1 nessa altura..
mas Bafodeu-se tudo. O Leiria dá a volta e ganha por 4-2. O desespero, o horror, o carvalho..

3º jogo - Estoril recebe Santa Clara. Mais uma vez o Estoril na busca de um bom resultado. 1-1 aos 75 minutos.. eis que entra Bafode. Pois, e qual foi o resultado? 1-2 . Nova derrota do Estoril. Consta que nessa noite o Bafode Dabo Carvalho foi ao Casino do próprio clube estourar o prémio de jogo recebido quando marcou o golo ao Freamunde.

E assim, Bafode é neste momento o 10º jogador da Liga Vitalis que menos demora a marcar um golo. Em cada 155 minutos aí está a bola dentro das redes.. Obrigado Bafode pelo teu Bafo..de Golo.
Sic transit gloria mundi in Estoril Praia imundi.

terça-feira, abril 14, 2009

Voando Sobre Um Ninho De Cucos

Podíamos divertir-nos sem conhecer o João Gabriel? Podíamos. Mas não seria a mesma coisa.” (Luís Freitas Lobo, enquanto temporizava uma transição ofensiva apoiada num pivot que sabe preencher os espaços)

Há, de facto, uma intensidade muito Nicholsiana no olhar de João Gabriel. Ou apenas loucura, dirão alguns. Tudo depende do grau artístico com que olhamos para a personagem.
Parece consensual que Gabriel voa sobre um ninho de cucos, gaivotas e outras aves com uma expressão insana, como que anunciando “Heeeeeere’s Johnny!”. E não é que o tipo se chama mesmo João? Esta é uma coincidência tão marcante quanto um machado espetado numa porta de madeira. É verdade que de cientista e de louco temos todos um pouco, mas o Gabriel parece dosear uma das componentes com um evidente excesso; apostamos que não deve tardar muito para Gabriel começar a correr num labirinto à neve após ter passado uma noite de farra com alguns amigos imaginários.
All work and no play makes Johnny Gabriel a dull boy”. E é verdade. Vejam o aspecto cansado que emana daquela barba por fazer. Beber tanta Carlsberg e proclamar essa funesta façanha aos quatro ventos é capaz de não ter sido uma boa ideia. E estar recorrentemente a ler textos escritos por outras mãos em conferências de imprensa também não – especialmente, quando esses textos contêm tantos erros ortográficos quanto os múltiplos braços de Wagnão e Pedro Silva. Jorge Sampaio pelo menos escrevia sem erros, embora desconhecesse quanto pó podia caber num pneu.
O estilo psicopático de Gabriel propicia a polémica. A Cromos da Bola, SAD recolheu alguns depoimentos que atestam esse frisson gerado pelo lunático Gabriel, o assessor de aspecto mais esquizofrénico do momento. Passemos então a palavra a terceiros, antes que o aparentemente instável Gabriel nos atinja com uma das suas famosas exposições entregues em sede própria:

É um homem dos meus, de barba rija! O meu arroto de saudação para ele! BUUURP!” (Leonor Pinhão, a fazer de conta que lia a Maxmen com uma mão, enquanto coçava a virilha pelo buraco dos jeans com a unha do mindinho da outra mão)

O senhôur Gabriele? Está muito bênhe! Douê os meus bibas a esse graunde bulto da comunicaçõuê!” (Sílvio Cervan, ignorando a presença de Dias Ferreira, mesmo com as dioptrias no máximo)

Graaaur! Grrrrrr!… Auf! Auf! Grrrrrrr!” (Dias Ferreira, babando-se para cima de Sílvio Cervan, apesar do açaime)

Objectivamente, e tendo em conta a sua posição, trata-se de um…” (Guilherme Aguiar, antes de ser interrompido)

Tivemos alguns momentos de efusiva proeminência linguística que muito contribuíram para elevar os patamares do sentimento lusitano, não raras vezes imbuídos por uma bilateralidade afectuosa salutar. Infelizmente, o inexorável respingar secular dos ponteiros sobre o quartzo tornou a nossa quotidiana convivência uma memória longínqua que, não obstante, jamais conseguirei olvidar… snif…” (Jorge Sampaio, abraçado a Manuel Machado, vertendo uma lágrima)

… como o seu treinador Cuíkeh Flores. Objectiva e indiscutivelmente.” (Guilherme Aguiar, depois de ser interrompido).

Vou-me embora! Agora é que é! Vou-me embora! Já chega! Quero lá saber das contas! Ninguém me chama lacaio de ninguém!” (Soares Franco, enquanto levava calduços de empregados do BES numa rodinha lá para os lados do Estoril)

Hãããã… o doutor… hããããããã… como eu dizia… ooooo… hããããããã… doutor… hã? Não ouvi bem… continuando… hããããã…” (Dias da Cunha. Acabou a frase às 3 da manhã. Já lá não estávamos.)

Até quando estive três jogos sem ganhar tinha os dentes mais limpos que esse tipo.” (Jesualdo Ferreira, tentando lembrar-se quem seria o gajo que tinha cabelo de bananeira e que comia amendoins durante o treino – era o Guarín)

Mira, tío; yo no sé quien es Juan Gabriel, pero estoy en una posición muy buena en la poll de esto blog; yo nunca estuve tan cerca de ganar alguna cosa en mi vida, icoño!” (Escalona, visivelmente emocionado perante o que pode ser o ponto mais alto da sua carreira)
(Rui Costa, o Santo Patriarca dos Túneis)

sábado, abril 11, 2009

The G-Spot* Tomo I












Povo da Bola,
é com orgulho e galhardia que vos comunico a descoberta (um Bem-Haja) do caramelizado Twitter de um Senhor que foi uma das inspirações para a génese deste vosso blog: o verboso Príncipe do discurso casuístico, Gabriel Alves.

Para primeira amostra, transcrevo-vos algumas frases e expressões da divindade geométrico-lúdica:

- "Após humilhar o Sporting a dois tempos, Bayern é vulgarizado no Camp Nou. Quem ri por último, ri melhor mas o Sporting, esse, chora."

-"Mesmo frente ao gigante Golias, o mero tocador de harpa pode sonhar. Porto possui artistas e música para embalar a Europa. Haja coragem."













-"Cajuda, a desilusão de um marinheiro com farol à vista incapaz de navegar para bom porto. No mar como no futebol, o seu rumo é a derrota."

-"Piloto a conduzir Briosa à vitoria. Em jogo digno de distrital, Domingos prolonga o jejum de Pacheco esta quaresma. Paciência."

-"Queiroz doma Zulus com beijo de Twala, o Judas Bafana. Entre amigos somam-se conquistas, faz-se a barba, mas não se limpa a imagem pobre."

-"Queiroz brando com alunos. Precisa-se dum Pol Pot ao comando dos Khmer Rouge, não um Kerensky a liderar o proletariado. Espera-se melhor."

-"Volvidos quatro dias, a final da Taça da Liga continua a jogar-se fora das arestas que definem o quadrângulo mágico do futebol. Uma pena."

-"
A liga inglesa continua imparável. Emoção, espectáculo, a incerteza do resultado, um público afável com cantares simpáticos. Isto é futebol.

Prometemos estar atentos no futuro, garimpando o Twitter do Monarca da Prosa do Couro em busca de novas actualizações.

The G-Spot will be back.

* twitter de gabriel alves, um simples amante da geometria desportiva

domingo, abril 05, 2009

New Old School

Hoje proponho que nos mantenhamos na senda da Old School, mais propriamente na New School, que apesar de não ser Old, é New, porém cheira sobretudo a Old. Isto apesar de ser - e não ser - New.

Passo a desenvolver: Feliciano, o abono de família de Vizela (na verdade não será mais que o Rendimento Mínimo Garantido), é um jovem. Vinte e sete anos de idade, já com uma bonita história para contar, mas ainda com uma longa vida profissional pela frente. Uma espécie de Rui Barros dos pobres, o diminuto natural de Cabeceiras de Basto extermina as linhas defensivas da Vitalis League há três anos ininterruptos, estando a construir um legado similar ao do lendário Bock, mas em tamanho de bolso. 


A pequena locomotiva é um petiz cheio de sonhos e ambições, com um espírito inquebrantável de quem não consegue chegar à prateleira de cima para tirar uma lata de pêssegos em calda, mas que não se importa de abraçar o doce beijo de um traumatismo craniano para atingir a dita latinha.
Se é verdade que esta atitude pelejadora pode dar um gostinho de Old School ao cocktail cromático, decerto não poderá atribuir-lhe essa característica per si.

Procuremos então mais um ingrediente...
Fácil. A calvície cavalgante.

Nestes negros dias do futebol metrosexual dominado por binómios capilares Miguel-Djaló, camisolinhas tamanho "XS" directamente importadas da Roma de Totti para o amassado cacifo de Simon Vukcevic, ou partilhas de bandoletes entre Nuno Gomes e Moretto, é tarefa impossível encontrar um calciatore desmazelado, que jogue a bola pela bola e não encare o verde tapete como uma passadeira vermelha.

Percepção é realidade, e um Miguel com corte à escovinha e provecto bigode não seria um Miguel assim, um Miguel daqueles Migueis que o Mundo inteiro conhece à base do primeiro nome - Miguel - e que tem a oportunidade de se referir a si próprio na terceira pessoa. Porque um Miguel na terceira pessoa é um Miguel fresquinho, um Miguel arejado, perfumado e um Miguel que não suja o equipamento.
Por outro lado, um Miguel com bigode não seria Miguel: seria um "Filho Daquele Ex-Jogador do Benfica Que Também Tinha Bigode". E indignidade das indignidades, não se poderia referir a si mesmo na terceira pessoa. Teria que utilizar a primeira pessoa, coisa de ralé, de gente pobre, feia, que cheira a cavalo e joga a lateral-esquerdo.

E o que é que o cromo do Feliciano tem a ver com isto, perguntais vós?
O Feliciano é o anti-Miguel.
O Feliciano tem a calvície a bater à porta e convida-a entrar. Pior, bebe uma bejeca com ela enquanto vêem uma vetusta VHS do Baywatch sentados num sofá bege com resguardo.
O Feliciano não se refere ao Feliciano na terceira pessoa. Aliás, o Feliciano não está a par da existência da terceira pessoa. O Feliciano não está sequer a par da existência da gramática.
"Gramática? Não sei o que é, mas cheira-me a paneleirice.", diz ele.
O Feliciano cheira mal.
O Feliciano gosta de cheirar mal.
O Feliciano não faz a barba.
"Fazer a barba? Não sei o que é, mas cheira-me a paneleirice.", diz ele.
O Feliciano não sorri para a fotografia. Aliás, Feliciano só sorri em duas ocasiões: quando expele gás pelo ânus e no final de uma visita satisfatória ao pinhal. Ao pinhal, porque "urinóis são para paneleiros", diz ele.

O Feliciano tem 1,70m e gosta. Não utiliza truques de vestuário para parecer mais alto. Não calça sapatilhas com amortecedores ou botinha com sola de 50 cm. Só usa chinelo.
"Calçado é para paneleiros. Homem que é homem usa chinelo de borracha com meia branca."

O Feliciano não festeja golos.
"Demonstrações públicas de felicidade são para paneleiros.", diz ele.


O Feliciano joga com o mesmo equipamento desde que saiu do Cabeceirense, em 2004.
"Lavar coisas é sinal de fraqueza. Desperdício. Eu lavo o equipamento com o suor que me sai do corpo. Quem gosta de água é paneleiro."

Feliciano é New, mas despreza a New School. Feliciano não é Old, mas a Old School é Feliciano.
E nós, no Cromos da Bola, SAD, gostamos do Feliciano. Por muito paneleiro que isso possa parecer.

Terroristas Disfarçados

Este registo fotográfico é deveras surpreendente. Diríamos mesmo que chega a ser embaraçoso, atendendo às nódoas negras que preenchem o currículo escrito a sangue destes quatro terroristas do futebol português.
O que fez então com que estas máquinas de destruição em movimento dessem as mãos como se estivessem no jardim da Celeste, prontos a saltitar numa rodinha enquanto entoavam o “giroflé-giroflá”?
Estaria a ser formada uma união sindical de matadores em pleno relvado?
Seria um programa de promoção ao filme "Street Fighter"?
Pura manobra de diversão?
Talvez um pouco de tudo. Antes deste V. GuimarãesF.C. Porto de 1995 tinham ocorrido incidentes entre adeptos fora do estádio, um pouco à imagem do que estes carniceiros faziam dentro de campo. Ou seja, uma mistura entre boxe e luta livre onde valeu tudo, excepto golpes legais. Foi o célebre episódio da Anabela, uma extrovertida menina da Ribeira que fez questão de mostrar ao mundo o orgulho que sentia da sua zona pélvica, perante a escolta complacente dos polícias.

Os nervos estavam em franja. Paulinho Santos, quiçá o mais implacável de todos os jogadores que escaparam por qualquer motivo a uma extraordinária carreira nos Comandos, salivava como um pitbull espicaçado, excitado pela perspectiva de sangue.
- Vamos a eles, carago! Vou rebentar as trombas do Vorkapic com um rotativo à meia-volta! E o Pedro Barbosa vai desejar nunca ter saído da croissanteria! – espumava Paulinho de dentes cerrados, equipando-se com soqueiras, pontiagudos alfinetes de 16mm e granadas de fragmentação.
João Pinto, mais discreto, sabia todo o bê-á-bá das cuspidelas e das rasteiras matreiras de trás para a frente, sendo uma autoridade internacional devidamente credenciada neste domínio. Raramente falhava um carrinho a pés juntos. Estava sempre a par de todas as inovações do jogo sujo e planeava fazer um mestrado em Minas e Armadilhas Ao Primeiro Poste, estagiando junto da ETA e do IRA. Já tinha agarrado o seu bisturi e preparava-se para esfrangalhar cirurgicamente os nervos de qualquer Dane que lhe aparecesse à ilharga.
Do outro lado do balneário, Tanta pintava a cara como se estivesse no filme “O Predador” (o primeiro deles, claro). Olhos fixos no inimigo, apontava o dedo a Latapy e sussurrava-lhe “tu de hoje não passas”, jurando-lhe vingança por qualquer coisa não identificada. Autêntico talhante sem piedade, Tanta podia cortar ossos apenas com o uso das mãos e dentes. Tanta actuava dentro do relvado como se estivesse numa guerrilha pela independência de um país qualquer da América Latina.
Ao seu lado, Matias. Matias era uma espécie de patife da taberna, que em vez de limpar o vinho do bigode limpava sangue. Entre uma mini e uma travessa de moelas, Matias acumulava pequenos crimes, uma ou outra esfaqueadela com o canivete, um ou outro corta-unhas espetado nas zonas baixas dos oponentes. Matias espalhava o terror junto à meia-lua e não se coibia de roubar doces às crianças, se sentisse que isso seria um bom complemento aos seus torresmos. Estava pronto para fazer perder a Paciência ao Domingos e indicou esse desejo ao soltar um traque sonoro e nauseabundo à entrada das quatro linhas.

Porém, a ideia dos dirigentes era outra: havia que apaziguar os ânimos, dar uma imagem de moralização. E então surgiu a ideia de mascarar estes perigosos meliantes dos relvados de meninos da pré-primária.
- Eh pá, que mariquice, carago! Posso ao menos beliscar os braços deles? – desabafou Paulinho.
- Vou agarrar-lhes as mãos com tanta força que os tipos vão ficar sem poder tocar piano o resto da vida! – avisou João Pinto.
- Ué? Prometji qui não tenho qui cantá? É qui eu sô muito mau a cantá o “Atchirêi o Pau Ao Gato”… – soltou o perplexo Tanta, totalmente aturdido com a sugestão.
- Para mim tudo bem. Eu vou logo para o coito e não me apanham! – disse Matias, para quem as traquinices nunca eram demais.

E lá foram eles, talvez para o mais humilhante retrato público das suas violentas carreiras. A imagem que ficou na memória do público foi aquela lá de cima, mas a imagem que eles queriam que o público retivesse era esta aqui de baixo:

quarta-feira, abril 01, 2009

Palavras Para Quê?

Não há muito a dizer sobre Rodolfo Rodriguez (com “z”, que o gajo não é meu primo – ufa!). É até muito sensato não o fazer, sob pena dele vir atrás de nós encabeçando um grupo de mariachis assassinos.

O uruguaio que foi ídolo no Brasil e que passeou o seu golpe de vista pelo Campo Grande.

Perdeu o lugar para o quarentão Damas. Por causa da experiência.
Perdeu o lugar para o jovem Rui Correia. Por causa dos reflexos.
Perdeu o lugar para o elástico Vital. Porque sim.

Assumiu que tinha cara feia e que não tinha culpa disso.
Foi esta a sua grande defesa.

Isto é pura “old school”. Um cromo a 100%. Um bigode a 200%.
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